O Conselho Municipal de Patrimônio Cultural de Itajaí reconheceu a Festa de Nossa Senhora do Rosário como patrimônio imaterial da cidade. O reconhecimento baseou-se em pesquisas que revelam sua importância histórica e que a festa é um elemento tradicional da população negra. Nesta segunda-feira (20), Dia da Consciência Negra e Dia Nacional de Zumbi dos Palmares, o prefeito Volnei Morastoni recebeu representantes do movimento social negro organizado em seu gabinete.
Na oportunidade, o grupo fez uma breve contextualização histórica sobre a festa. “A Festa de Nossa Senhora do Rosário é centenária, ela acontecia em Penha, ainda no período escravista, quando tudo ainda era cidade de Itajaí. Mas, desde 1992, ela ocorre no bairro São João. Já é uma tradição, que reúne a comunidade e tem como características a gratuidade do almoço e a celebração da cultura afro—brasileira. Seguimos unidos no desafio de manter e realizar a festa a cada dois anos”, revelou o professor Dr. José Bento Rosa da Silva, autor de uma das pesquisas que deu base no pedido apresentado ao Conselho.
Normélio Weber, superintendente administrativo das Fundações e presidente do Conselho Municipal de Patrimônio Cultural, explicou que o Conselho recebeu um documento formalizado por entidades representativas do movimento negro, solicitando o reconhecimento da festa como patrimônio imaterial. Segundo ele, os estudos anexos ao documento trazem vários elementos e fatores que mostram a tradição e importância da festa, desde o século 19 até os dias atuais. “Nós avaliamos o pedido em Conselho e acolhemos a indicação por sua relevância para a memória, a identidade e a formação da sociedade itajaiense”, disse.
Diante dos dados e contexto apresentado, o prefeito agradeceu ao grupo pela presença e pela proposta, especialmente em um dia tão representativo e histórico: “Contem com o nosso apoio no reconhecimento dessa manifestação como patrimônio cultural, com desdobramentos e ações necessárias para sua preservação, difusão e salvaguarda”, ressaltou Morastoni.