Os indígenas da Aldeia M’Biguaçu, da Etnia Guarani, estiveram no Museu Etno-Arqueológico nesta sexta-feira (09) para visitar a exposição "Cosmologia na Visão do Povo Guarani", realizada com a participação direta da comunidade indígena. Além da visita, o grupo também promoveu uma feira de produtos tradicionais, com itens produzidos por eles, que fortalece os laços culturais e econômicos.
Durante o dia, o museu também recebeu alunos da rede municipal de ensino e moradores da comunidade local, que tiveram a oportunidade de vivenciar uma experiência de troca e aprendizado sobre o universo Guarani, contado pelos próprios representantes da aldeia.
“O museu etno-arqueológico aqui na Itaipava tem essa função de integração, porque é mais afastado do centro e traz essas ações de cultura. As escolas têm participado com frequência, porque é também uma das ações do museu, essa integração educativa, esse espaço de estudo e conhecimento que a gente tem em Itajaí”, explica a Diretora Executiva da Fundação Genésio Miranda Lins, Sandra Vanzuita.
A exposição, inaugurada no dia 29 de abril, apresenta a visão do povo Guarani sobre o mundo, a natureza e o sagrado, por meio de objetos do cotidiano, itens cerimoniais, grafismos e elementos ritualísticos. Todo o conteúdo da mostra foi desenvolvido com a participação ativa da comunidade da Aldeia M’Biguaçu, que aprovou e contribuiu com a escolha das peças, a construção dos textos e a abordagem temática.
“É um movimento singelo, mas muito profundo. Aqui conta um pouquinho da história deles, mas acima de tudo trazer essa mescla de cultura para nossas crianças que vieram aqui prestigiar e entender que o indígena não é mais aquele homem que anda pelado, mas também tem suas tradições, cultiva as suas raízes e está entre nós, sim”, ressalta a Superintende das Fundações, Anna Carolina Martins.
Mais do que uma exposição, o encontro é uma oportunidade de fortalecer a integração entre cultura e comunidade. Ao promover encontros como este, o Museu contribui para a valorização do conhecimento indígena e para o reconhecimento da diversidade cultural como parte essencial da formação da sociedade. É um momento de escuta, respeito e troca, onde a identidade, a espiritualidade e a história do povo Guarani são contadas a partir da sua própria perspectiva.
“Nós achamos de muita importância mostrar a nossa cultura, nossa vivência e nosso dia a dia, além de mostrar para as crianças que ainda existem povos indígenas originários aqui em Santa Catarina, principalmente aqui em Biguaçu. Algumas pessoas não conhecem as aldeias, pensam que não existem. E assim a gente está mostrando a cultura e nossos artesanatos. A gente não consegue mais viver como 1500 anos atrás. Então, a gente está evoluindo para nossa sobrevivência também e essa sobrevivência inclui nossas vestes e o nosso jeito de viver que já começa a mudar um pouco. Mas, o que importa pra nós é manter a nossa cultura e a nossa língua”, conclui a representante da aldeia Nhedyvyju.
A exposição segue aberta ao público até o dia 12 de setembro, com visitação gratuita de terça a sexta-feira, das 13h30 às 18h30.
09 de maio de 2025
Indígenas da Aldeia M’Biguaçu recebem estudantes no Museu Etno-Arqueológico de Itajaí
O Museu está com a exposição Cosmologia na Visão do Povo Guarani, que conta um pouco da história deles
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