Penúltima noite do Festival de Música 2025 emociona com o encontro da MPB e do clássico

A junção de talentos promoveu um espetáculo em plena rua Hercílio Luz, no coração de Itajaí, e embalou uma multidão com os acordes da Orquestra Brasileira, regida pelo maestro Luiz Gustavo Zago, que acompanhou o samba de João Cavalcanti e as premiadas músicas de Lenine. Um show memorável na noite de sexta-feira (12), que marcou o penúltimo dia do Festival de Música de Itajaí 2025. 

Não era ainda nem 18h quando o público começou a chegar em frente ao palco Ares de Verão, montado entre o museu e a Casa da Cultura, na tradicional rua do comércio de Itajaí. Fã de Lenine, a técnica de enfermagem Maristela Maria da Silva, o marido e a irmã chegaram cedo. Garantiram lugares privilegiados para ver o show e ainda foram brindados com a passagem de som de Lenine e João Cavalcanti. 

“Eu sou muito fã do Lenine. Já fui a São Paulo para assistir ao show dele, e agora aqui em Itajaí, nossa terra, é um privilégio”, conta com expectativa a técnica de enfermagem. 

Já o aposentado Francisco Eduardo acompanhou todos os shows que foram feitos no palco  Ares de verão e estava na primeira fila para ver a Orquestra Brasileira, Lenine e João Cavalcanti. 

“Eu estou toda noite aqui e não dá para perder mais esse show, que é do Lenine. E amanhã venho novamente no do Dazaranha”, diz. 

Como cenário ao fundo, a iluminação cênica do Museu Histórico de Itajaí proporcionava ainda mais magia à noite, misturando-se às luzes do show, às vozes marcantes de Lenine e João Cavalcanti, e aos acordes de violinos, violoncelos, flautas, e o som do piano do regente Zago. 

O espetáculo reuniu diferentes gerações da música. A Orquestra Brasileira, sob regência do maestro Luiz Zago, trouxe arranjos especiais que misturam a riqueza da música popular com a sofisticação da música de concerto, para emocionar o público. 

O show inédito em Itajaí contou com Lenine, um dos artistas mais premiados e respeitados do país, que subiu ao palco ao lado do filho, João Cavalcanti, cantor e compositor com carreira solo de destaque. Juntos, interpretaram canções marcantes, como Bicho Saudade, parceria que simboliza a união de estilos. 

Foi por esse embalo que o arquiteto e músico Ângelo Arruda, pernambucano que mora em Florianópolis, deixou a capital catarinense na noite de sexta-feira para se encontrar com o conterrâneo Lenine. 

“Eu conheci o Lenine nos anos 1970, quando eu fazia arquitetura e ele engenharia química. Lenine já era músico e tocava numa banda chamada Flor de Cacto. Nos encontramos depois de 10 anos. E hoje estou aqui vendo essa junção com a Orquestra Brasileira. O festival está maravilhoso, é muito bom e famoso”, enfatiza. 

Essa é a segunda vez que o compositor Lenine vem ao festival. Ele trouxe recordações de 20 anos atrás. 

“É um retorno a Itajaí. Foi há 20 anos, e isso prova a longevidade que o festival tem. Eu sou solidário e desejo vida longa a esse festival. Eu tenho muitas memórias bacanas daquele tempo, mas nada se compara à apresentação de hoje, quando dividi o palco com o meu filho.” 

“É uma sensação múltipla, porque estou com meu ídolo musical, além de ser meu pai. É uma mistura de sensações. É muito bom cantar com o meu pai e com meu ídolo ao mesmo tempo. Ainda tem a Orquestra Brasileira para completar, com arranjos belíssimos”, completa João Cavalcanti. 

Desde o dia 5 de setembro, o festival movimenta a cidade com shows, oficinas e encontros musicais. Reconhecido como um dos mais importantes do Brasil, o evento transforma Itajaí na capital da música, como um verdadeiro ponto de encontro para artistas, estudantes e professores. 

O 27º Festival de Música de Itajaí segue neste sábado, dia 13, com shows de Elisa Cordeiro convida Mulheres na Música (viabilizado pela Lei de Incentivo à Cultura e Adventure Music Festival), Dazaranha (viabilizado pelo PIC, Fundação Catarinense de Cultura e Governo do Estado), além das apresentações no Palco Samburá, do Mercado Público, que terá Jam Session nesta sexta, às 22h30, e o show Samba de Bárbara convida Henrique Cazes, Rogério Caetano e João Cavalcanti, no sábado, dia 13, às 20h.