22 de maio de 2023

Mais de 4 mil pessoas passaram pela 2ª Virada AfroCultural de Itajaí

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A 2ª Virada AfroCultural de Itajaí ocorreu no sábado (20) com uma série de apresentações e opções gastronômicas, na lateral da Sociedade Sebastião Lucas, no bairro Vila Operária. Mais de 4 mil pessoas prestigiaram o evento, que contou com 12 horas ininterruptas de atrações que enalteceram as expressões afroculturais e deram visibilidade a projetos, movimentos, grupos e artistas independentes da cidade e região.

Uma roda de capoeira do programa Arte nos Bairros, seguido de apresentações dos grupos Next (dança), Coral Infantil, Timbalajaí (percussão) e Grupo de Dança Afroarte, do Instituto Sorrir, abriram a programação do dia. Ainda pela manhã teve poesia com Tayá e cerimônia de abertura oficial com a presença de autoridades.

No almoço, houve roda de samba com Manga e convidadas. À tarde, a programação seguiu com mais apresentações de dança dos grupos Ubuntu (Arte nos Bairros), Next e Millenium, bem como sarau com os artistas literários Hang Ferrero, Sabrina Vianna e Paulo Marcos. Houve ainda lançamentos de livros, samba de coco com a Banda Chico Estrada, Bateria Pura Kadência e Banda Sons do Haiti.

Já à noite, teve Hip Hop com Amazona MC, apresentação Orixás e de Pape Guiné. O Grupo Musical Vocal Kuimba, de São Paulo (SP), surpreendeu o público com repertório musical do cancioneiro angolano e músicas folclóricas de Angola e da África Austral. A Cia Cultural Imalê da Escola Olodum Sul encerrou a programação, que ao longo das 12 horas contou ainda com a feira de artesanato afro.

“Estou encantada com o evento, as crianças se divertiram muito e eu vibrei com todas as apresentações. Que movimento lindo, com respeito, humanidade e arte pulsante”, afirmou Andreza Flores, cantora e educadora.

Já Luciana Uriarte, cirurgiã-dentista, disse que se sentiu muito bem e acolhida no evento. Em contrapartida, foi tocada pelas falas e relatos apresentados. “Quanta história de dor e representatividade. Precisamos acabar com o racismo que ainda persiste. Movimentos como este nos fortalecem na luta pela paz e pelo respeito a todos”.

“Uma festa que envolveu a comunidade, artistas incríveis e apresentações emocionantes. E o melhor de tudo: do lado de casa”, comentou Lallo Bochino, produtor audiovisual.

Retomada da Sociedade Sebastião Lucas

Durante o evento, a comunidade se engajou para a retomada das atividades da Sociedade Sebastião Lucas. Graziele Gleise, representante da Câmara Setorial de Expressões AfroCulturais do Conselho Municipal de Políticas Culturais de Itajaí (CMPC), falou sobre a expectativa do movimento: “Nós existimos e resistimos. Estamos na segunda edição e o nosso desejo é de que na próxima tenhamos atividades dentro da Sociedade Sebastião Lucas. Há uma comissão trabalhando forte para isso”.

“Que sejamos resilientes, mas muito mais resistentes. Vamos em frente, a cada ano a Virada AfroCultural ganha mais força. Vamos reerguer a Sociedade Sebastião Lucas, um patrimônio muito importante, assim como a comunidade negra que fez e faz história, tem papel fundamental na nossa cidade”, destacou Hilda Deola, secretária municipal de Promoção da Cidadania.

Normélio Weber, superintendente administrativo das Fundações de Itajaí, falou que o evento é muito representativo. “Essa cidade é multicultural, plural, diversa. Recuperar a Sociedade Sebastião Lucas será um ganho e um reconhecimento de luta e da história de muitas pessoas. Precisamos desta Sociedade funcionando e há outras propostas já em andamento, inclusive para abertura de uma Casa da Angola em Itajaí”, revelou.

“Nós não podemos e não iremos silenciar diante do preconceito, do racismo. Nos manifestaremos sempre em defesa da cultura, do respeito, reconhecimento da história e lutas coletivas”, ponderou o vice-prefeito Marcelo Sodré durante o evento.

A iniciativa da Comissão do Sebastião Lucas, Conselho da Comunidade Negra de Itajaí (Conegi) e Setorial de Cultura Afro do CMPC, teve realização e apoio do Município de Itajaí, Fundação Cultural e Secretaria de Promoção da Cidadania.

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